domingo, 1 de dezembro de 2013

Entrevista a João Amaro - Segunda Parte!!!


6-João falemos um pouco de outras das suas paixões…a Rádio…
O João sempre esteve ligado à Radio…è verdade que existiram várias propostas para a compra da Rádio Antena Livre de Gouveia?!
Se houve, porque é que o processo nunca avançou?
R.: Hoje sou mais ouvinte que colaborador da nossa rádio, apesar da responsabilidade que ainda tenho, enquanto presidente da assembleia-geral da cooperativa proprietária da nossa estação. A rádio foi, sim, uma paixão, um tempo mágico que começou no início da década de 80, num tempo das “rádios piratas”, de emissão “com emissor às costas” a fugir dos serviços radioeléctricos, de fruição do “fruto proibido”… Bons tempos! Os tempos de hoje não são de feição à actividade da radiodifusão que requer um estrutura muito profissionalizada e significativos investimentos em tecnologia. Veja quantas rádios locais já não fecharam ou foram vendidas! A Rádio Antena Livre padece, há muitos anos, do mal que é comum a todas as estações do interior: inserida num meio económico deprimido, sem apoios oficiais, sem uma larga e consolidada carteira de anunciantes – porque a publicidade é a única fonte de receita - que lhe permita, sequer, fazer face às despesas correntes, há muitos anos que a ALG acumula prejuízos e vê aumentar o seu passivo. Por isso sobrevive do crédito que alguns directores e a banca lhe vão concedendo. É verdade que tem havido abordagens e algum interesse por parte de alguns operadores, no sentido de avaliarem a possibilidade de aquisição da Rádio. Essas negociações, tanto quanto sei, continuam a decorrer. Mas acho que também não interessa vender apenas por vender e ver transformada a estação num mero repetidor de um grande operador. Quem comprar, defendo eu, tem de continuar a assegurar uma forte ligação à nossa região, com programação própria, dirigida ao nosso público ouvinte e que defenda e promova a nossa identidade.

7- A Rádio tem perdido ao longo dos anos algum fulgor, e alguns reveses, como por exemplo o desaparecimento de muitas pessoas que davam muito de si à rádio…a falta de dinheiro, é certamente um motivo de enorme preocupação?
Isto é um círculo vicioso; se não há dinheiro para pagar a profissionais e adquirir equipamentos isso tem reflexos na programação; não havendo uma programação aliciante e apelativa, também não há investimento publicitário e assim sucessivamente… E, como é óbvio, uma Rádio que se tem mantido apenas com a dedicação voluntária e graciosa dos seus amigos e colaboradores, sofre duras contrariedades quando, infelizmente, vê desaparecer entusiastas como o Cadete Lopes, o Tó Zé Falcão, o Carlos Bicker…

8-Da rádio para futebol…o Desportivo, é outra paixão…como tem analisado estes anos o comportamento do Desportivo…
Este ano a época corre de feição, será que na sua opinião podemos ambicionar a uma subida de divisão na sua opinião?
Pois… Como eu costumo dizer, todos nós temos o nosso clube de afeição, eu sou benfiquista, você é sportinguista… o “Desportivo”, para mim, é muito mais do que isso. É o Clube da minha vida, pois como toda a gente sabe, devo ao clube, em muito, a minha condição de gouveense. O meu pai, como todos sabem- “velha glória do Desportivo”- veio para Gouveia “atrás da bola”. E este ano, que é singular, já que o Clube está a comemorar as suas Bodas de Ouro, parece-me ser ano “sim”. Acredito que estamos no bom caminho para subir de divisão, o que seria uma bela prenda em ano de aniversário especial. De resto, a satisfação é ainda maior quando se verifica que também a equipa de Juvenis e a equipa de Juniores ainda não provaram o sabor amargo da derrota. Deixe-me sonhar: já viu o que era subirem as três equipas?

9- João, como é o relacionamento com a Camara Municipal, sendo o João de um partido contrário ao poder?
Como não podia deixar de ser, o nosso relacionamento é institucionalmente correcto, como sempre foi com os anteriores executivos e com o anterior Presidente da Câmara, no respeito pela autonomia e na observância das competências e responsabilidades de cada um. Se me pergunta se este relacionamento institucionalmente correcto tem correspondência no atendimento daquelas que são as nossas legítimas pretensões e expectativas, sou-lhe sincero e digo-lhe que não, que estão ainda muito aquém daquilo que para nós seria desejável. O óptimo é inimigo de bom. Ai do Autarca que se dê por satisfeito! Sem berros, nem alaridos, a cada momento porfiamos, concordamos quando tal se justifica, discordamos e dizemos porque é que divergimos noutras situações. É nesta salutar dialéctica política que, cada um, encontrará o melhor caminho para cumprir os seus objectivos.

10-Terminávamos com uma pergunta que se torna inevitável, será em 2017,que poderá ser candidato? Tem essa ambição?
Compreendo a sua insistência, mas acho que fui bem claro na resposta que já lhe dei anteriormente. Neste momento apenas estou entusiasmado e empenhado em cumprir bem a missão que o povo de Gouveia, largamente, me confiou.


Muito Obrigado, João Amaro e felicidades para futuro”

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