6-João falemos um pouco de outras
das suas paixões…a Rádio…
O João sempre esteve ligado à
Radio…è verdade que existiram várias propostas para a compra da Rádio Antena
Livre de Gouveia?!
Se houve, porque é que o processo
nunca avançou?
R.: Hoje sou mais ouvinte que
colaborador da nossa rádio, apesar da responsabilidade que ainda tenho,
enquanto presidente da assembleia-geral da cooperativa proprietária da nossa
estação. A rádio foi, sim, uma paixão, um tempo mágico que começou no início da
década de 80, num tempo das “rádios piratas”, de emissão “com emissor às
costas” a fugir dos serviços radioeléctricos, de fruição do “fruto proibido”…
Bons tempos! Os tempos de hoje não são de feição à actividade da radiodifusão
que requer um estrutura muito profissionalizada e significativos investimentos
em tecnologia. Veja quantas rádios locais já não fecharam ou foram vendidas! A
Rádio Antena Livre padece, há muitos anos, do mal que é comum a todas as
estações do interior: inserida num meio económico deprimido, sem apoios
oficiais, sem uma larga e consolidada carteira de anunciantes – porque a
publicidade é a única fonte de receita - que lhe permita, sequer, fazer face às
despesas correntes, há muitos anos que a ALG acumula prejuízos e vê aumentar o
seu passivo. Por isso sobrevive do crédito que alguns directores e a banca lhe
vão concedendo. É verdade que tem havido abordagens e algum interesse por parte
de alguns operadores, no sentido de avaliarem a possibilidade de aquisição da
Rádio. Essas negociações, tanto quanto sei, continuam a decorrer. Mas acho que
também não interessa vender apenas por vender e ver transformada a estação num
mero repetidor de um grande operador. Quem comprar, defendo eu, tem de
continuar a assegurar uma forte ligação à nossa região, com programação
própria, dirigida ao nosso público ouvinte e que defenda e promova a nossa
identidade.
7- A Rádio tem perdido ao longo
dos anos algum fulgor, e alguns reveses, como por exemplo o desaparecimento de
muitas pessoas que davam muito de si à rádio…a falta de dinheiro, é certamente
um motivo de enorme preocupação?
Isto é um círculo vicioso; se não
há dinheiro para pagar a profissionais e adquirir equipamentos isso tem
reflexos na programação; não havendo uma programação aliciante e apelativa,
também não há investimento publicitário e assim sucessivamente… E, como é
óbvio, uma Rádio que se tem mantido apenas com a dedicação voluntária e
graciosa dos seus amigos e colaboradores, sofre duras contrariedades quando,
infelizmente, vê desaparecer entusiastas como o Cadete Lopes, o Tó Zé Falcão, o
Carlos Bicker…
8-Da rádio para futebol…o
Desportivo, é outra paixão…como tem analisado estes anos o comportamento do
Desportivo…
Este ano a época corre de feição,
será que na sua opinião podemos ambicionar a uma subida de divisão na sua
opinião?
Pois… Como eu costumo dizer,
todos nós temos o nosso clube de afeição, eu sou benfiquista, você é
sportinguista… o “Desportivo”, para mim, é muito mais do que isso. É o Clube da
minha vida, pois como toda a gente sabe, devo ao clube, em muito, a minha
condição de gouveense. O meu pai, como todos sabem- “velha glória do
Desportivo”- veio para Gouveia “atrás da bola”. E este ano, que é singular, já
que o Clube está a comemorar as suas Bodas de Ouro, parece-me ser ano “sim”. Acredito
que estamos no bom caminho para subir de divisão, o que seria uma bela prenda
em ano de aniversário especial. De resto, a satisfação é ainda maior quando se
verifica que também a equipa de Juvenis e a equipa de Juniores ainda não
provaram o sabor amargo da derrota. Deixe-me sonhar: já viu o que era subirem
as três equipas?
9- João, como é o relacionamento
com a Camara Municipal, sendo o João de um partido contrário ao poder?
Como não podia deixar de ser, o
nosso relacionamento é institucionalmente correcto, como sempre foi com os
anteriores executivos e com o anterior Presidente da Câmara, no respeito pela
autonomia e na observância das competências e responsabilidades de cada um. Se
me pergunta se este relacionamento institucionalmente correcto tem
correspondência no atendimento daquelas que são as nossas legítimas pretensões
e expectativas, sou-lhe sincero e digo-lhe que não, que estão ainda muito aquém
daquilo que para nós seria desejável. O óptimo é inimigo de bom. Ai do Autarca
que se dê por satisfeito! Sem berros, nem alaridos, a cada momento porfiamos,
concordamos quando tal se justifica, discordamos e dizemos porque é que
divergimos noutras situações. É nesta salutar dialéctica política que, cada um,
encontrará o melhor caminho para cumprir os seus objectivos.
10-Terminávamos com uma pergunta
que se torna inevitável, será em 2017,que poderá ser candidato? Tem essa
ambição?
Compreendo a sua insistência, mas
acho que fui bem claro na resposta que já lhe dei anteriormente. Neste momento
apenas estou entusiasmado e empenhado em cumprir bem a missão que o povo de
Gouveia, largamente, me confiou.
Muito Obrigado, João Amaro e
felicidades para futuro”
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